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Conviver com Psoríase

É muito importante divulgar que a psoríase é uma doença psicossomática que não têm cura.

Psicossomática-Somavem do grego que significa “corpo”, seu derivado “somática” é o que é corporal;Psychê, pode-se dar o significado de “Mente”, “Alma” ou “Inconsciente” ePsoquer dizer “escama”.

Então, deduz-se que todo ser humano é um produto da somatória de uma genéticabiologia (SOMA), somatizada com a psico história (PSYQUÊ) e, em conjunto com as vivências existenciais, as quais encontram-se dentro deste labirinto de uma condição dinâmica, vive-se numa espécie de “teia de vida”, dentro da qual se adoece, mas também se pode realizar-se e, ao mesmo tempo, tentar suportar as dores, sofrimentos e deficiências dos sistemas orgânicos que compõem o corpo humano (genético, biológico, psíquico e ambiental).

A psoríase pode aparecer em qualquer instante da vida de qualquer pessoa, desde que esta pessoa tenha uma predisposição genética para desenvolver esta doença, que não tem uma causa determinada, multifatorial e que não há como se prevenir, nem ao menos prever sua primeira ocorrência na vida.

Não se sabe a causa nem a cura, porém, há controle e tratamentos específicos, e sabe-se que há uma profunda ligação da incidência da psoríase com o fator psicoemocional, por isso a psoríase é considerada uma doença psicossomática e, sendo autoimune, o sistema imunológico reage contra si mesmo causando os sintomas que, se não forem tratados adequadamente, podem se agravar muito com o passar dos anos.

Os amigos, familiares, entes queridos e colegas de trabalho, devem procurar aceitar que o indivíduo que é portador de psoríase não é uma pessoa comum, é umapessoa especialque possui limitações físicas, estéticas e psicoemocionais, cujo nível de autoestima pode ficar extremamente abalado com situações que envolvem estresse, aborrecimentos, problemas econômicos e sociais, e isso pode agravar o seu quadro psicosomático, consequentemente, piorar seu estado de saúde e até causar sentimentos de tristeza, assim como pode levar o portador de psoríase a ansiedade crônica em razão dos sintomas que ele sente fisicamente e socialmente e, além disso, atingir uma depressão profunda (depressão maior).

Deve-se compreender que quem tem psoríase pode não corresponder aos mais simples afazeres de sua vida cotidiana, tanto no trabalho (ou na ausência deste), como também nas relações íntimas, familiares e afetivas.

O fato de não se poder fazer mais o que se fazia antes de ser acometido pelos sintomas da psoríase afeta profundamente o estado psíquico e emocional do portador dessa patologia crônica.

É fundamental que as pessoas que se relacionam de alguma forma com um portador de psoríase entendamO QUE É PSORÍASE.

Nem sempre o fator emocional é apenas o que agrava a doença, em crises ou com evolução contínua, porém, é importante que se compreenda que a somatização de todo este processo é um fatorpsicosomáticoque agrava a doença do portador. Outros fatores, além dos psicoemocionais, também contribuem para a exacerbação da psoríase, como o uso de álcool, drogas e tabaco, alimentação desbalanceada e de medicamentos contraindicados para portadores de psoríase podem agravar os sintomas.

Geralmente, o portador de psoríase necessita de mais compreensão, de mais tolerância e afeto do que uma pessoa que não possui psoríase, pois, além de ele sofrer de um problema de saúde – que sabe ser incurável e de difícil tratamento e controle – ainda sofre com o preconceito e a discriminação social.

Não é difícil imaginar qual é o sentimento de alguém que tem psoríase quando ele for discriminado em qualquer situação no trabalho ou no seu meio ambiente e até pelos seus próprios familiares dentro de sua própria casa ou no núcleo familiar.

Por essa razão,saber conviver com psoríase determina um ponto de autoafirmação saudável para o portador e para melhoria de sua autoestima. É uma forma de fazer com que as relações estressantes não se somatizem em torno da Psoríase. É necessário que não se assuma – e nem que se aplique – um estigma a quem tem psoríase e que as pessoas que convivem com um portador, compreendam que de fato é difícil lidar com a doença, tanto para quem a possui, como também para quem convive com um portador dela.

Os tratamentos, por muitas vezes, não correspondem às expectativas, são lentos, experimentais ou não fazem efeito. A resposta aos medicamentos pode variar de pessoa para pessoa, ou ainda, pode se tornar tolerante ao remédio ou este se tornar recidivo, ou seja, aguns medicamentos podem melhorar e depois piorar a doença.

No entanto, novos medicamentos de tecnologia de ponta, chamados imunobiológicos, se mostram excepcionalmente favoráveis, embora não sejam são fáceis de se adquirir devido à dificuldade de acesso, pelo seu alto custo, não são oferecidos gratuitamente pelo sistema único de saúde do governo, porém, as estatísticas demonstram que, com a sua utilização, obtiveram-se mais de 90% de remissão nos casos mais graves da doença.

Deve-se sempre lembrar que cada caso é um caso diferente ecada qual tem o seu cada um!

Todas as pessoas têm seus próprios problemas pessoais. Mas há vários tipos de problemas com psoríase e cada um reage a um fator psicobiológico e ambiental diferenciado em sua vida, além dos vários tipos diferentes de pele que também reagem diferenciadamenrte a vários tipos de medicamentos.

Até hoje não se tem conhecimento de ocorrência de psoríase em nenhum outro ser vivo que não seja um ser humano. A psoríase é uma doença que acomete exclusivamente os seres humanos e, por esta razão, as experiências e testes em laboratórios com novos medicamentos em ratos, e outras cobaias e, até mesmo em chimpanzés (que têm código genético quase idêntico ao humano), simplesmente não são possíveis de serem realizadas.

“A Psoríase é a mesma doença para todos os seres humanos! Mas o que pode ser bom para uns pode não ser tão bom para outros ou até pode vir até a ser ruim para alguém.”

Portanto,saber conviver com psoríaseé algo muito delicado, serve tanto para quem é portador, tanto quanto para quem se relaciona com ele ou com ela.

“A paz espiritual, a autorealização, sentir-se “igual”, sendo útil à sociedade e tendo o afeto e reconhecimento das pessoas que convivem ao redor, é um instrumento fundamental para assegurar a qualidade de vida existencial do portador de psoríase.” (André Novaes)